Ignacy Sachs em seu texto “Quo Vadis Brasil?” diz:
“Será o Brasil o eterno país do futuro? Quase sessenta anos após a publicação do conhecido livro de Stefan Zweig, não obstante um século de crescimento econômico sobremodo rápido e de modernização espetacular no decurso do qual a sua população decuplicou e o PIB foi multiplicado por quarenta, o Brasil não consegue superar seu fantástico atraso social." (...) "A paciência e o otimismo fazem parte da índole brasileira. No entanto, é difícil de imaginar que as levas sucessivas de brasileiros, deixados, geração após geração, à beira da estrada do progresso, nas barracas de plástico preto, acrescidos dos demais desencantados do processo de crescimento concentrador e excludente, continuem a se satisfazer com as promessas sempre renovadas de um radiante porvir. E que se conformem a suportar, hoje e amanhã, as injustiças sociais só por terem sido herdadas do passado colonial e escravocrata. A cada ano que passa, essa desculpa se torna menos plausível."
O Brasil pode ser o país do futuro, o gigante da América Latina, mas inaceitável é que mesmo diante as ondas de crescimento a situação do social no país se mantenha em níveis deploráveis. Já bem disse Renato Russo “Que país é esse?”, onde os ricos só ficam mais ricos e o número daqueles que vivem na linha da pobreza ou abaixo dela só tende a aumentar, isso tudo a vista dos governantes, cuja função, tecnicamente, seria não só de abrandar as disparidades sociais, como tentar dar um futuro um pouco mais decente para o país.
Há quem diga que o populismo teve seu fim com o golpe militar em 1964, mas o que a politicagem de hoje faz através dos diversos auxílios se aproxima muito do que Vargas deu início durante o Estado Novo e por incrível que pareça a população se curva diante dessas medidas. É como se as pessoas se acomodassem com a meia dúzia de bolsas distribuídas pelo governo.
Os brasileiros ainda acham que a mudança no país só acontece quando ela sai do Palácio do Planalto, ou do Congresso Nacional e não percebem o poder que tem. Acontece que nossos excelentíssimos governantes estão muito mais preocupados em enriquecer seus bolsos do que em resolver os problemas existentes. Com as inúmeras promessas feitas em época de campanha iludem a população (ou será que ela se deixa iludir?) e o ciclo das corrupções vai se tornando interminável.
A meu ver, os cidadãos precisam aprender o conceito de voto consciente, pois somos nós que elegemos aqueles que comandarão nossos municípios, estados e o país. Já está mais do que na hora de mostrarmos a cara da população, como nossos pais fizeram quando pediram o impeachment do Collor no movimento dos caras pintadas ou a passeata dos cem mil contra o regime militar. O conformismo com a nossa situação precisa acabar por isso eu refaço a pergunta de Ignacy Sachs: Pra onde vais Brasil? Continuarás esperando esse radiante futuro porvir?
Apoiado!!!
ResponderExcluirRafael Brasil para presidente!!!
Bem, vamos lá. O populismo pra mim é muito mais antigo do que 1964. E o problema são as pessoas que estão no poder que ganham com a pobreza alheia. Se a pobreza é boa para se explorar e é boa para ganhar votos, por que não mantê-la? Qual seria o objetivo em terminá-la? Para que um povo politizado se um povo semianalfabeto vota do mesmo jeito? Eu vou ser sincero, acho que o voto do trabalhador qualificado deveria valer mais, porque assim a democracia faria mais efeito. Ela simplesmente nunca existiu no Brasil. Infelizmente. Quero deixar bem claro que não sou elitista, mas para que o Brasil ande pra frente, precisamos acabar com os "churrascos eleitorais" e o voto de cabresto (que hj é feito de outra forma). Dessa forma os currais eleitorais não existirão mais. inclusive essa saída faria com que o brasileiro tivesse prazer e mais consciência em votar.
ResponderExcluirbjo, Marcelle.
Boa reflexão. Pelo menos na internet, o espaço é realmente democrático.