Indo
hoje ao cinema no Shopping Tijuca, me deparei com um metrô abarrotado de gente –
fantasiados de tudo que era jeito – indo para o cordão da bola preta. Por entre
abelhas, palhaços, melindrosas e até mesmo galinhas pintadinhas eu comecei a
pensar no que a festa do rei Momo representava para toda aquela gente.
O
carnaval proporciona uma incrível licença poética que as pessoas não têm no
resto do ano. O homofóbico se veste de traveco, o machão vai para as ruas de
coelhinho, a puta vira santa e a santa se veste de puta.
E
todos convivem durante o tempo do reinado de Momo em aparente harmonia em meio
aos inúmeros blocos que pipocam pela cidade. Convivem nos grandes tumultos, em
meio aquela mistura de odores agradáveis – que vão desde a cerveja até o xixi.
Nunca
fui uma aficionada por carnaval, nunca fui dessas que pula de bloco em bloco e
só para na quarta-feira de cinzas. Não gosto do tumulto e a meu ver hoje em dia
a maioria das pessoas vão para esses blocos apenas encher a cara e acabam esquecendo-se
de curtir a festa, afinal a taxa de álcool no sangue os impede de raciocinar
direito.
No
entanto, apesar de tudo, o carnaval ainda é um espaço democrático, onde pessoas
completamente diferentes se abraçam e dançam a mesma música, sem se importar
com cor, religião ou opção sexual. Todos são iguais e é isso que devemos
preservar no reinado de Momo, a alegria e não a confusão.
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